01/08/2010 - 0:00
Do Grand Cherokee anterior ficou apenas o nome. A nova versão 2011 pode ser considerada um outro carro, bastante superior ao modelo oferecido até agora sob todos os aspectos, técnicos e práticos. MOTOR SHOW avaliou o novo SUV em São Francisco (Califórnia) por estradas rápidas e sinuosas e até mesmo em uma pista especialmente concebida pela Jeep – onde toda a capacidade off-road do carro pode ser explorada em pisos e condições difíceis até mesmo para veículos fora de estrada mais leves. O Grand Cherokee enfrentou todos os obstáculos com valentia, subindo e descendo ladeiras com inclinação acentuada e trafegando por vias quase intransitáveis e deixou claro que, construtivamente, evoluiu muito: a nova estrutura monobloco, as suspensões e os sistemas de direção e freios agora são parametrados segundo o que oferecem os melhores concorrentes do segmento.
Os robustos eixos rígidos com feixe de molas (herdados dos primeiros Jeep e presentes na primeira Grand Cherokee de 1991), por exemplo, apesar de serem sinônimos de resistência mecânica e boa performance nos pisos mais difíceis, fazem parte do passado. Agora, novas suspensões independentes aliam a melhor tração nos pisos difíceis a um rodar confortável e a uma estabilidade competente no asfalto. O utilitário da Jeep surgiu no início dos anos 1990 e o resultado foi tão positivo (quatro milhões de unidades produzidas até hoje) que, atualmente, todo fabricante com alguma pretensão no mercado mundial tem em seu portfólio ,um SUV luxuoso.
Para se manter por cima dessa onda, a Jeep investiu pesado nessa nova Grand Cherokee e concebeu um veículo com todos os recursos que os contrutores almejam fornecer ao consumidor desse segmento: design atraente, re no construtivo e interior sofisticado. No design externo, além da aparência robusta típica dos Jeep, os estilistas trabalharam bastante nas formas aerodinâmicas. O objetivo foi melhorar a performance em altas velocidades e, principalmente, baixar o consumo. Para que se tenha ideia, o coeficiente de forma, que era de 0,404 no modelo anterior, evoluiu para bons 0,370 (resultado bastante positivo para um SUV). A traseira, não por acaso, ficou muito semelhante à do BMW X5, um sucesso no mercado mundial. As dimensões acanhadas das portas traseiras, que dificultavam o acesso ao banco traseiro (um problema crônico que sempre acompanhou a Grand Cherokee), foi resolvido: agora elas abrem com um vão generoso. Além disso, a nova carroceria é bem mais rígida e o novo monobloco é 146% mais resistente à torção – o que resulta em uma melhor estabilidade direcional, um funcionamento mais preciso dos sistemas de direção e suspensão e menores índices de ruído da carroceria e de componentes internos de acabamento.
Menor consumo, melhor comportamento em curvas e mais praticidade no cotidiano são suas armas. E isso sem perder a capacidade off-road
A nova Grand Cherokee apresenta uma mecânica também reformulada. O novo motor 3.6 V6 Pentastar de 280 cv tem comandos de válvulas variáveis (VVT), que melhoram bastante as respostas ao acelerador nas baixas rotações, além de reduzir o consumo em cerca de 10% na comparação com o V6 anterior. Bloco e cabeçotes agora são fundidos em alumínio, reduzindo o peso. O câmbio automático sequencial tem cinco marchas, e o conversor de torque é modulado eletronicamente, unindo suavidade a uma boa performance.
Na tração 4×4, o sistema Quadra-Trac 2 tem sensores que monitoram as rodas e tomam providências imediatas quando “sentem” que uma das rodas vai patinar: quase imediatamente transfere o torque dessa roda para outra que ainda tenha capacidade de tração e, dessa forma, permite que o veículo rode sob quaisquer condições de terreno. Uma qualidade da Jeep que o Grand Cherokee não perdeu. Os outros itens de segurança seguem firmes: controle de estabilidade (ESP), sistema anti-rolagem da carroceria (ERM), freios ABS com detecção de pisos irregulares e controle eletrônico de tração nas quatro rodas, são alguns dos recursos oferecidos pelo novo modelo, que chega ao mercado nacional em outubro e será apresentado ao consumidor brasileiro no Salão do Automóvel. Seu preço não deve mudar em relação ao modelo vendido hoje no Brasil, e esta versão V6 deve custar algo em torno de R$ 170 mil.
O teto solar panorâmico ilumina bem a cabine. A capacidade de carga é de 782 litros. Rebatendo o banco, o assoalho fica plano e acomoda 1.554 litros
Abaixo, o computador de bordo mostra, entre outras coisas, o modo da suspensão – que pode ser escolhido pelo seletor junto ao câmbio (à direita). O sistema da versão brasileira, entretanto, terá menos opções, pois ele não terá a suspensão a ar, que é um item opcional no modelo americano
O interior ficou mais moderno, o banco do motorista tem a função memória de posição e o ar-condicionado é digital