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Um dia depois de descartar totalmente a produção do crossover C-HR no Brasil, a Toyota surgiu com uma novidade no Salão de Tóquio. Segundo CEO da Toyota na América Latina, Steve St. Angelo, a linha Daihatsu tem modelos que podem interessar para a marca no Brasil. Em janeiro de 2016, a Toyota adquiriu o controle total da Daihatsu; antes, ela detinha 51,6%. Por isso, St. Angelo quis ver pessoalmente os carros da parceira japonesa e diz ter se encantado por um: o novo DN Trec, apresentado pela primeira vez nessa edição do Tokyo Motor Show.

O Daihatsu DN Trec é um SUV mais compacto do que o Toyota C-HR e usa a plataforma DNGA (a do C-HR é a TNGA, a mesma do Prius). Com apenas 1,695 m de largura, o Daihatsu DN Trec é um carro aventureiro de duas colunas que incorpora três temas: atividade, diversão e emoção. O comprimento é de 3,980 m e a altura é de 1,600 m.  Equipado com rodas de alumínio de 18” e pneus 215/55, o DN Trec usa motor 1.2 e tecnologia híbrida. Ele também pode abrigar um motor 1.0 turbo.

Mas, se a ideia der certo, qualquer Daihatsu que for produzido ou importado no Brasil não levará a assinatura da marca. Steve St. Angelo disse que a Daihatsu já esteve presente no País, porém não pensa em investir novamente nessa marca – até porque já tem também a Lexus para cuidar, no segmento de luxo. Assim, o Daihatsu DN Trec seria o Toyota DN Trec.

BALÃO DE ENSAIO

A notícia de que a Toyota pode levar – num futuro não definido – carros da Daihatsu para o Brasil, faz sentido, mas ainda é pouco convincente. Afinal, a empresa japonesa é famosa por ser extremamente cautelosa em seus planos – e mais ainda ao anunciá-los. Por isso, a declaração de St. Angelo, que se deixou fotografar com um catálogo da Daihatsu nas mãos, pode ser apenas um balão de ensaio, para sentir a repercussão do público e da mídia.

O anúncio de que o adorado e desejado Toyota C-HR está fora dos planos não repercutiu muito bem. É um carro que se encaixaria como luva para que a Toyota pudesse dar aos seus clientes uma opção ao Honda HR-V e ao Nissan Kicks, que vendem bastante. No entanto, é um projeto caro, tanto para produção quanto para importação. O problema, segundo explicou o CEO, é que o C-HR é um carro médio, da categoria C, e esse nicho já está preenchido. Mas não há opções para SUVs menores, da categoria A, como o Daihatsu DN Trec. Para além disso, a engenharia da Toyota já está ocupada com o lançamento do hatchback Yaris. Assim, um plano de mais longo prazo, envolvendo a Daihatsu, seria mais confortável.