A Toyota deve divulgar na quarta-feira uma segunda queda trimestral consecutiva de resultados, pressionada por arrefecimento no crescimento de vendas depois de uma forte aceleração na corrida impulsionada por veículos híbridos.

A maior montadora de veículos do mundo em vendas deve divulgar lucro operacional de mais de 9 bilhões de dólares para o terceiro trimestre fiscal, apoiada por vendas de veículos híbridos que carregam margens relativamente mais altas que modelos a gasolina nos Estados Unidos.

Ainda assim, vendas e volumes de produção menores indicam uma desaceleração para a Toyota, com analistas afirmando que isso significa que o resultado trimestral pode ser um pouco fraco, apesar das taxas de câmbio favoráveis.

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Essa foi a “narrativa comum” na semana passada nos resultados de várias montadoras japonesas de automóveis, disse James Hong, chefe da área de mobilidade da Macquarie.

A Toyota deve apresentar uma redução de 16% no lucro operacional, em relação ao ano anterior, para 1,419 trilhão de ienes (9,1 bilhões de dólares) no trimestre de outubro a dezembro, de acordo com a estimativa média de nove analistas consultados pela Lseg.

A companhia sofreu uma queda de 20% no lucro no trimestre anterior, marcando uma mudança em relação à sequência de resultados recordes que obteve nos meses anteriores, apoiada por fortes vendas de híbridos e pela desvalorização do iene em relação ao dólar.

Na semana passada, a Toyota já havia informado que suas vendas globais como grupo atingiriam 10,8 milhões de veículos em 2024, o que significa que continuou sendo a montadora mais vendida do mundo pelo quinto ano consecutivo.

A montadora também divulgou que as vendas globais de suas marcas homônimas e Lexus ficaram praticamente inalteradas em relação ao ano anterior em outubro-dezembro, registrando uma queda de menos de 1%, enquanto a produção caiu 4%.

A Toyota está lidando com a intensa concorrência das marcas chinesas, incluindo a BYD, na Europa, América do Sul, Sudeste Asiático e na própria China, o maior mercado automotivo do mundo e onde a demanda por veículos elétricos continua robusta.

Analistas e investidores estarão particularmente concentrados nas perspectivas da Toyota para o restante do ano fiscal, que vai até o final de março.

O mercado estará interessado em saber sobre a estratégia da empresa para administrar suas operações na América do Norte, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs pesadas sobretaxas sobre importações mexicanas e canadenses, apenas para suspendê-las dias depois. A Toyota tem fábricas no Canadá e no México.

O foco também estará nos futuros planos de eletrificação da Toyota e na forma como a empresa busca desenvolver carros híbridos, que representaram 43% de suas vendas unitárias no trimestre anterior.