02/05/2025 - 13:00
A Agrishow, uma das maiores feiras de tecnologia agrícola do mundo, acontece em Ribeirão Preto (SP) até esta sexta-feira, 2 de maio. E não havia melhor lugar para a Toyota apresentar sua Hilux movida a biometano, ainda em fase de protótipo, afinal a caminhonete é uma das queridinhas do agro. Mas, como funciona esse tipo de combustão, ainda não explorado em nenhuma picape no Brasil?

Essa Hilux a biometano é fruto de um desenvolvimento das engenharias da Toyota brasileira e argentina, e entra na missão de descarbonização da mobilidade com o uso de biocombustíveis. O modelo inédito havia sido exibido apenas no G20 Energy Transition Week, em Foz do Iguaçu (PR), para autoridades e especialistas.
O biometano é um combustível renovável derivado do processo de purificação do biogás, que pode ser produzido a partir da decomposição anaeróbica (sem necessidade de oxigênio) de quaisquer matérias orgânicas, incluindo sobras de plantações (como as da cana-de-açúcar), restos de alimentos, resíduos de pecuária e até fezes de animais. Trata-se, portanto, de um combustível com alto potencial, uma vez que pode ser gerado em biodigestores em áreas rurais ou mesmo em grandes usinas de cana-de-açúcar.
+ As picapes mais legais mostradas na Agrishow 2025
+ F-150 e Maverick inauguram linha de picapes off-road da Ford no Brasil

Esse biogás, depois de purificado, acaba gerando um combustível em formato gasoso, assim como o GNV (Gás Natural Veicular). Ele também se assemelha ao GNV no armazenamento no veículo, já que deve estar em um cilindro de alta pressão. O gás metano, aliás, está presente na composição de ambos. A diferença é que, nessa tecnologia mostrada pela Toyota, ele tem origem renovável.
De acordo com a Comgás (Companhia de Gás de São Paulo), o biometano é tido como uma das energias do futuro, já que reduz a dependência de combustíveis fósseis, garante uma espécie de economia circular (a própria empresa ou produtor rural reaproveita seus dejetos, gerando combustível para abastecer máquinas diversas), e ainda ajuda na descarbonização de frotas pesadas, ainda bastante dependentes do óleo diesel. No caso da Hilux, a Toyota afirma que o gás reduz em até 90% a emissão de carbono.

A Toyota não detalhou qual a motorização do exemplar a biometano exposto na Agrishow. Porém, uma das expectativas é que seja o 2.7 de quatro cilindros em linha e 16 válvulas, que equipava as Hilux e SW4 flex até 2021. Também nada foi falado sobre sua chegada oficial ao mercado. Por enquanto, ainda é considerado protótipo, em fase de desenvolvimento.