25/03/2013 - 15:38
Para início de conversa, o que há de comum entre esses três modelos? Exceto a tração nas quatro rodas, nada! O Suzuki Jimny é um veterano das trilhas, com 43 anos de história. Por aqui, desembarcou em 1998 e saiu de cena em 2003 – quando a marca encerrou as atividades no Brasil. Cinco anos depois, sob nova direção, a companhia regressou ao País – e ele também.
Antes importado do Japão, agora o Jimny foi nacionalizado e passou a ser fabricado em Catalão (GO), na fábrica da MMC Automotores, junto com os Mitsubishi nacionais. “A capacidade de produção é de sete mil unidades/ano, e a previsão para 2013 é de vender dois mil veículos”, diz Luiz Alberto Rosenfeld, presidente da Suzuki do Brasil.
A Suzuki jura que não há concorrentes diretos para o jipinho. “Vai levar um tempo até os brasileiros entenderem o conceito do Jimny”, diz Rosenfeld. A gama do modelo é formada por quatro versões: 4All (R$ 55.490), 4Sun (R$ 59.990, a que você vê nas fotos), 4Sport (R$ 61.990) e 4Work (para frotistas, tem preço que varia de acordo com os equipamentos). “Ainda não temos um mix de vendas definido, mas cerca de 60% estará concentrado na 4ALL”, estima Renato Pereira, gerente de planejamento.
O preço do Jimny pode assustar, pois ele é menos equipado do que as versões de entrada do Renault e do Ford. E, em relação aos rivais deste comparativo, tem preço semelhante – dependendo da versão escolhida. Não há freios ABS nem airbag duplo, mas a marca diz que vai implantá-los até o final do ano. Mas o diferencial dele é outro.Enquanto o Renault e o Ford têm processo de construção do tipo monobloco (chassi e carroceria juntos), o Suzuki faz uso da montagem da carroceria sobre chassi – mais comum em picapes e caminhões, garante muito mais robustez, principalmente na hora de encarar as aventuras fora de estrada.
A versão nacional desse Suzuki ganhou um leve retoque visual: a frente está ligeiramente mais alta e o desenho dos faróis e do capô foi levemente modificado, mas manteve o tamanho reduzido e a carroceria de apenas duas portas. Assim, o acesso ao banco traseiro é difícil, e quem viaja atrás ainda sofre com o reduzido espaço para as pernas. Bom que há um botão na altura do pé que ajuda a empurrar o assento da frente para sair da cabine. A ergonomia é prejudicada pela falta de ajuste de altura do banco do motorista e de profundidade da coluna de direção (ambos de série no Ford). Além disso, incomoda a posição dos botões de acionamento dos vidros elétricos, que insistem em esbarrar no joelho (o mesmo problema do Duster). Nessa versão 4Sun, há teto solar de lona elétrico que abre até o banco de trás e tem duas memórias programáveis. Além disso, quem quiser ainda pode escolher o revestimento do interior de vinil lavável (de série na 4Work e opcional nas demais configurações).
Já o EcoSport 4WD é baseado no catálogo mais simples, o FreeStyle. Mesmo assim, tem um interior moderno, embora com excesso de plásticos, e um mimo extra: o encosto traseiro reclinável em quatro estágios. Por outro lado, o Renault é disparado quem tem maior espaço interno e porta-malas mais generoso (embora tenha perdido 75 litros nessa versão por causa do diferencial traseiro). O SUV da Renault traz como opcional uma central multimídia com tela de sete polegadas sensível ao toque, GPS, entradas auxiliares, USB e para iPod e conectividade bluetooth – item que o Jimny também pode receber (menos na versão 4Work).
Sob o capô, o Suzuki tem o mesmo motor a gasolina desde 2001. O desempenho é suficiente, mas a unidade leva um tempo para acordar. Os engates do câmbio manual de cinco marchas (não haverá automática) poderiam ser melhores e mais precisos – o Duster tem seis velocidades e relações curtas, e pede constantes mudanças no trânsito. No Ford, a sexta equivale à quinta dos modelos 4×2. Tanto o Jimny quanto o Duster têm um volante pesado ao esterço: ponto positivo para o Eco, com a sua direção elétrica.
E não pense que eles são ruins de curva por causa da altura elevada. O Eco e o Duster permitem maiores abusos, enquanto o Jimny tem suspensões com eixo rígido, que maltratam um pouco as costas em buracos ou imperfeições. Mas se a cidade não é o habitat do Suzuki, é no fora de estrada que ele mostra os seus atributos. O jipinho é um verdadeiro off-road – tem os maiores ângulos de ataque e saída, além de ser o único com tração reduzida – e vence sem medo as “pirambeiras”. Quem quiser, pode instalar pneus lameiros 215/75 (opcionais, mas não disponíveis no 4All ou 4 Sun) e o snorkel.
Já o EcoSport é o que se sai pior no off-road. Seu sistema integral não bloqueia mais 50% do torque para cada eixo: o acionamento eletrônico distribuiu o torque de modo automático. Já o Renault fica no meio do caminho, com três modos de tração: 4×2, 4×4 Auto e 4WD Lock.
Agora, cabe a você escolher o que é melhor para suas necessidades. A manutenção pode ajudar a tirar a dúvida – confira nas tabelas. O EcoSport tem manutenção mais barata, e o pacote de peças do Jimny custa quase o dobro. Além disso, o Ford tem o maior número de concessionárias e o Duster tem o preço da apólice de seguro mais atraente.