O número de mortes no trânsito brasileiro voltou a subir, acendendo um alerta para a segurança nas ruas e estradas, principalmente entre quem anda de moto. É o que mostra o Atlas da Violência 2025, divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

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Acidente de carro – Crédito: Freepik/@fxquadro

Entre 2010 e 2019, foram registradas 392 mil mortes no trânsito no Brasil — alta de 13,5% em comparação com a década anterior. Mesmo com campanhas internacionais, como a Década de Ação pela Segurança no Trânsito da ONU, a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes no país cresceu 2,3%. E os dados mais recentes, de 2020 a 2023, indicam que a situação continua crítica.

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O destaque negativo fica para os motociclistas. Segundo o relatório, o número de mortes entre usuários de moto cresceu mais de 10 vezes nos últimos 30 anos. Para Diogo Figueiredo, gerente de capacitação e treinamentos da CEPA Mobility Brasil (Centro de Prevenção de Acidentes), isso tem explicação: “Esse aumento está ligado à expansão da frota sem o investimento proporcional em infraestrutura e gestão, à falta de fiscalização e, principalmente, ao despreparo do motociclista, que muitas vezes não tem educação adequada para o trânsito”.

Honda CG160 2025 – Foto: Honda/divulgação

Ele também chama atenção para o uso da moto como ferramenta de trabalho, que aumenta a exposição ao risco. “O uso da moto para trabalhar cria uma pressão constante por agilidade e prazos, o que estimula comportamentos perigosos, como excesso de velocidade e manobras arriscadas. Pra mudar esse cenário, é essencial investir em campanhas educativas voltadas para os motociclistas, além de incentivar programas de formação e reciclagem. Também é papel do poder público ampliar os investimentos em infraestrutura segura e garantir fiscalização e aplicação rigorosa da lei”, reforça.

Menos investimento, mais risco

Acidente de Carro – Foto: PIxabay/Netto Figueiredo

Apesar de datas especiais como o Dia do Motorista (25 de julho) e o Dia do Motociclista (27 de julho), o Atlas da Violência apontou recentes cortes nos recursos destinados à segurança viária, o que compromete obras de infraestrutura e ações de prevenção à acidentes de trânsito.