01/10/2010 - 0:00
Não se trata da releitura de um clássico nem de uma inspiração retrô de design. O Land Rover Range Rover é um dos poucos carros que conseguiram se modernizar sem abrir mão das linhas básicas da primeira geração, mesmo depois de 40 anos. Não por acaso, ele virou sinônimo da marca que carrega. Quando o conceito LRX surgiu, parecia o prenúncio de que mudanças ocorreriam com o jipão conservador. Que nada! O LRX virou, sim, um carro de série, mas no papel de um agregado chique e modernoso da gama e com o sobrenome Evoque.
A estratégia manteve intocados os conceitos básicos do carro – reforçados na última remodelação desta versão Sport.
Os faróis com LEDs, a grade frontal, para-lamas, lanternas e para-choques redesenhados e o interior mais aconchegante garantiram modernidade sem mudanças drásticas. A maior evolução está na motorização: ao lado do renovado V8 5.0, um V6 3.0 diesel de 245 cv (o mesmo do Discovery4) que, segundo a marca, diminui em 8,3% a emissão de CO2 – ainda em altos 243 g/km – se comparado ao antigo 2.7. Entre as tecnologias a favor da economia estão as turbinas paralelas: o turbo primário garante torque em baixas rotações, diminuindo a necessidade de o motor girar alto para ganhar potência e permitindo relações de marcha mais longas; o secundário age quando a exigência de performance é maior. Além disso, um sistema de gestão de energia faz o alternador carregar a bateria quando essa operação for mais econômica (com o veículo parado, por exemplo). Para diminuir as perdas parasitas, a bomba do ar-condicionado tem uma embreagem que se desacopla quando ele não está em uso.
O motor V6, auxiliado pela eficiente transmissão de seis velocidades, parece suficiente para o carrão. O ruído é o de um diesel moderno, mas ainda se faz presente. Quem não quiser ouvi-lo, pode fechar as janelas – o bom isolamento garante a paz. As novas poltronas acolhem bem o corpo e os comandos (reduzidos em 50%) estão à mão. Não é difícil se acostumar às funcionalidades, mas sim fazer funcionar o sistema de entretenimento. Durante a avaliação, não conseguimos sintonizar nenhuma emissora de tevê e nem assistir a um DVD. Já o sistema de navegação, finalmente com mapa do Brasil, mostrou-se eficiente e fiel.
Na cidade, ele é ágil, apesar do tamanho (câmeras auxiliam nas manobras), e o conforto é de um sedã de luxo. Mas isso já era de se esperar. O que surpreende é sua capacidade de contornar curvas de forma quase esportiva, mérito do Sistema de Dinâmica Adaptável que monitora a pressão dos amortecedores 500 vezes por segundo, controla os balanços da carroceria e atua no sistema de direção de forma preventiva dependendo do piso e da exigência da condução. No fora-de-estrada, o modelo mantém as mesmas potencialidades que sempre lhe deram fama. Um carro completo, mas que cobra caro por isso.