Esqueça tudo o que você sabe sobre diversão ao volante. Curvas contornadas com competência, respostas imediatas aos comandos do acelerador, direção direta e precisa? Isso tudo é coisa do passado. No admirável mundo novo que já chegou ao volante desse Fusion Hybrid, a brincadeira é bem diferente – e muito mais inofensiva ao meio ambiente.

Na versão híbrida do sedã da Ford, cada frenagem vira um desafio. Quanto da energia cinética – aquela do movimento do carro, que costuma ser desperdiçada como calor nas pastilhas de freio – consigo recuperar a cada sinal vermelho ou parada do trânsito? Piso de leve no freio, tentando antecipar os acontecimentos, e a informação aparece no canto do painel de instrumentos: 80, 90, 95, 100%…

Na hora de acelerar, outro desafio: até onde consigo ir sem acionar o motor a combustão, com o carro se movendo em silêncio? Piso no acelerador suavemente, de olho em mais indicadores do painel, tentando não ultrapassar a “barreira” que faz ligar o motor a gasolina. Nas descidas, segue a brincadeira: o negócio é frear leve, aumentando a carga das baterias, para garantir mais quilômetros de modo elétrico e emissão zero quando chegar ao plano.

Para completar, toda vez que se desliga o carro aparece um resumo da viagem: ele diz quanto você consumiu de gasolina, quanto rodou no modo elétrico e recuperou de energia (dos 100 quilômetros entre Itu e São Paulo, consegui andar 25 no modo elétrico). Assim, apesar de grande, luxuoso e potente (190 cv, 0-100 km/h em 9,3 segundos), esse Fusion é o carro mais econômico do Brasil, segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem, com quase 17 km/l tanto na cidade quanto na estrada – marcas replicadas, e até superadas, em nossos testes.

Com um sistema tão divertido de incentivo à direção econômica, muitos carros “normais” atingiriam marcas de consumo acima da média, é verdade. Mas esse Fusion tem muito mais. Como na geração anterior – e nos rivais já vendidos no Brasil, Toyota Prius e Lexus CT200h –, o Fusion Hybrid combina um motor a gasolina com outro elétrico. O câmbio CVT foi mantido, mas o antigo propulsor 2.5 deu lugar a um 2.0, o que ajudou a melhorar a economia. Ao volante, porém, a evolução que mais chama a atenção está nas baterias, agora mais modernas, de íons de lítio: o que se reflete em recargas mais rápidas e mais autonomia e velocidade máxima no modo elétrico (subiu de 65 para 100 km/h).

E o show de tecnologia não se restringe ao powertrain. No mais, esse Fusion tem tudo que o V6 oferece – e custa R$ 124.990 (só R$ 10 mil adicionais). A lista de equipamentos incluiu itens supermodernos, como os alertas de mudança de faixa, colisão e tráfego cruzado, o monitor de ponto cego, o piloto automático adaptativo e o sistema automático de estacionamento. Um pacote tentador, sem dúvida. E com o bônus de ser “amigo do meio ambiente”.