Com apenas 15% do mix, a versão R/T – top de linha do crossover da Dodge – é a menos vendida da gama Journey, recém-ampliada. Além dessa configuração completa, a marca apresentou, também este ano, a de entrada SE. Ainda assim, o consumidor continua preferindo a intermediária (SXT), que alia a comodidade dos sete lugares a um preço mais baixo, sem as inaceitáveis rodas de aço da configuração básica.

O motor V6 é o mesmo em todas as versões. Apesar da carroceria pesada, o propulsor garante agilidade no trânsito e ultrapassagens seguras, mas não oferece esportividade ou emoção. A suspensão – MacPherson na dianteira e multilink na traseira – privilegia a maciez, o nível de ruído é baixo, o espaço interno é superior ao dos rivais (com entre-eixos de quase 2,90 m) e há muito conforto a bordo. Para o bem-estar da família, há muitos porta-objetos (o que fica atrás da primeira fileira leva até 12 latinhas). Uma das características que favorecem a habitabilidade é que cada fileira de bancos é mais alta do que a que está à frente, diminuindo o efeito claustrofóbico.

Além dos itens já disponíveis no catálogo da Journey SXT, como ar-condicionado com saídas traseiras, sensor de estacionamento e câmera traseira, entre outros, o comprador dessa versão R/T leva ainda bancos de couro, sistema de som com HD de 30 Gb (para armazenar músicas) e tela sensível ao toque, bluetooth, rodas aro 19 e rack de teto – equipamentos que podem até valer os R$ 8 mil cobrados a mais por eles, mas que, se deixados de lado, não farão tanta falta. Isso explica a preferência pela versão SXT, vendida por R$ 99.900.

Diferentemente do que se pode supor, o Journey não tem uma desvalorização absurda. De acordo com a tabela Fipe, quem comprou o Dodge SXT zero-quilômetro em junho de 2009 pagou R$ 98.430. Um ano depois, o mesmo modelo estava valendo R$ 89.931. Uma depreciação de quase R$ 8.500 em 12 meses parece alta demais, mas, na verdade, ela equivale a 8,64%, um percentual menor que o do Captiva (R$ 11,92%) e o do Ford Edge (20,79%) no mesmo período. Se essa era sua preocupação, esqueça! O Journey, além de um excelente familiar, é bom de negócio.