Todos sabemos do signi cativo ganho de qualidade dos carros coreanos nos últimos anos. Vão longe aqueles primeiros importados de qualidade duvidosa dos anos 90. Hoje, eles disputam a preferência do consumidor mundial e continuam acenando para o mercado com o competente binômio de preço e qualidade. Devastam os mercados dos concorrentes e ainda deixam seus consumidores felizes. Trocam a tradição das marcas mais antigas por produtos tecnicamente irrepreensíveis, robustos, com bom grau de durabilidade e agora com desenhos e formas atraentes e modernas. Os coreanos de hoje são os japoneses de ontem, antes da série de recalls que colocaram em xeque a qualidade atual dos produtos nipônicos.

Dentro desse contexto, chega ao Brasil o novo Kia Sorento, um SUV que já era comercializado por aqui, ainda na versão antiga, em volume discreto. Nessa nova versão, nada há da anterior. O utilitário está maior e ligeiramente mais baixo. A ideia foi tornar o utilitário menos SUV e mais crossover; um veículo com mais jeito e dinâmica de carro. Na prática, a dinâmica ainda está mais para SUV do que para crossover, com reações mais lentas ao comando do volante e inclinação da carroceria nas curvas mais rápida. Exatamente igual a todos os outros SUVs do segmento.

O novo desenho da carroceria, concebido no centro de design da Kia na Europa, favoreceu a aerodinâmica, reduzindo o coe ciente de forma de 0,42 da versão antiga para bons 0,38 (para um SUV). Um resultado expressivo quando o assunto é a difícil tarefa de aproximar resultados antagônicos como consumo e desempenho. O Sorento caminhou um passo adiante nessa versão. Vale ressaltar também que a dinâmica do novo Kia evoluiu muito em relação à versão anterior, com frenagens rmes, sem desvio de trajetória, contorno de curvas estáveis e uma aderência que surpreende (para um SUV). Como divide a plataforma e o conjunto motor/câmbio com o irmão Santa Fe, da Hyundai, ambos têm dinâmica semelhante.

Na mecânica, a marca oferecerá o motor 2.4 de quatro cilindros ou o 3.5 V6 de 278 cv, sempre com transmissão automática de seis marchas. Destaque para o bom e moderno 2.4 com duplo comando de válvulas, variável, que rende 174 cv, todo fundido em alumínio – que permite ao grandalhão um desempenho destacável.

Outro passo adiante desse Kia é ter conciliado um preço interessante (a partir de R$ 96.900 para a versão cinco lugares e R$ 115.900 para a mais equipada, de sete lugares) com a economia de um motor quatro cilindros. Se considerarmos que há alguns anos potência próxima a essa era obtida apenas com os gastões V6, podemos concluir que melhorando a aerodinâmica, reduzindo o peso (o novo modelo é 200 kg mais leve) e adotando uma transmissão de seis marchas é possível ter um desempenho igual com mais economia e menos poluição. Motorista e meio ambiente agradecem.