Eis o Fiat Punto Evo com o novíssimo motor 1.4 Multiair de 105 cv. Se por fora foi feito apenas um retoque – principalmente na dianteira –, no interior houve quase uma revolução no que diz respeito à qualidade do acabamento. A começar pelo console com os comandos de climatização e do rádio bem acabados e, na parte central, revestido com um material macio e perfurado. A ideia foi mesmo dar ao modelo uma sensação de qualidade superior. Para o motorista, uma nova instrumentação (de inspiração mais esportiva) e um assento amplo e cômodo, que segura o corpo na medida certa e dispõe da regulagem correta.

No momento em que se gira a chave, o motor Multiair, que dispensa as borboletas e controla as válvulas de admissão através de um mecanismo eletro-hidráulico (entenda o funcionamento assistindo ao vídeo em www.youtube.com/watch?v=3y0jIGq36Og), não faz barulho, não vibra, não parece nem mesmo estar “aceso”. A embreagem é macia e a alavanca do câmbio se move rapidamente: primeira, segunda, terceira… Os quatro cilindros aspirados têm uma sonoridade semelhante aos demais propulsores da Fiat, mas responde de maneira diferente: sempre encorpado, linear. Não tem uma rapidez incrível de resposta nos baixíssimos regimes, mas o torque aparece às 2.000 rpm e daí em diante garante até um certo brilhantismo ao seu desempenho – fato con rmado pelos dados obtidos em nossos testes. O modelo venceu a prova de aceleração de zero a 100 km/h em 11,2 segundos (a Fiat declara 10,8 segundos) e fechou o quilômetro em 33,1 segundos.

Os números são bons, mas talvez o motor rendesse mais se a terceira e a quarta marchas fossem um pouco mais curtas. Uma faixa ideal de uso diário para esse modelo está entre 2.000 e 4.000 rpm. Se quiser respostas mais empolgadas, terá que insistir no acelerador para que o 1.4 chegue perto das 7.000 rpm e deixe transparecer seu potencial de agressividade. Mas isso é só um lampejo de esportividade. O Multiair tem mesmo vocação para os regimes intermediários e, se para você isso não bastar, é melhor pensar na versão turbo, que desenvolve 135 cv. No aspirado, as retomadas decepcionam um pouco. Em quinta marcha, o motor demora 20,3 segundos para ir de 70 km/h a 120 km/h – tempo que sobe para 30 segundos se você estiver em sexta marcha. Essa característica di culta ultrapassagens em estradas, exigindo reduções de marcha.

Com 105 cv, o novo motor prioriza a economia de combustível

Em relação à dinâmica, é difícil encontrar uma situação que bote medo nesse carro. Ágil na cidade, ele se torna divertido nas curvas.

O volante direto e preciso é um de seus pontos altos e transmite uma sensação de grande segurança. O chassi é equilibrado e e caz e o motorista ainda pode contar com a proteção silenciosa do controle de estabilidade. É fundamental salientar que na versão avaliada Fun (assim como na Sport) há um acerto especí co das molas e da rigidez dos amortecedores. Resultado: um carro sete milímetros mais baixo e com e ciência maior nas curvas.

Como o cobertor é curto, uma parte coberta deixa outra descoberta, e a e ciência dinâmica acaba cobrando um preço em conforto. A absorção das suspensões (com pneus 195/55 R16) é satisfatória na maior parte do tempo, mas o modelo se mostra um tanto duro ao passar por maiores irregularidades.

Em relação ao consumo, o Multiair tem o auxílio do sistema start&stop (que desliga o carro quando se para em semáforos e o liga automaticamente ao acionar o acelerador) que garante uma boa economia: 11,4 km/l na cidade (na estrada chega a 14 km/l), contra 10,3 km/l da versão sem o aparato. Para que o motorista auxilie na economia, um indicador sugere o momento de trocar a marcha.

Em resumo, o Multiair é um propulsor adequado, mas não brilhante. Não é exatamente esportivo, mas é moderno e ecológico, com consumo baixo para o desempenho que oferece. Em breve, tanto esse propulsor quanto a carroceria EVO (evoluída) do Punto devem chegar ao mercado brasileiro.