RENAULT SYMBOL R$ 44.490

Dirigir o Symbol é como ter uma experiência de déjà vu. Apesar de você estar em um carro novo, que acabou de ser lançado, a sensação de já ter experimentado aquela dirigibilidade é inegável.

E se explica. É que, a rigor, o Symbol não é um produto totalmente novo, mas sim uma reestilização do Clio Sedan, que deixa de existir com sua chegada. O que não é um demérito. Se os defeitos do Clio continuam presentes, suas inúmeras qualidades também estão lá. E deve-se lembrar que se o Symbol fosse derivado do Sandero (como seu visual faz crer) teria uma plataforma mais simples e barata que essa do Clio.

Apesar de ser sete centímetros maior, o Symbol tem os mesmos 2,47 m de entre-eixos que seu antecessor, o que garante um habitáculo confortável, mas não exatamente grande. Quem vai atrás, não dispõe de muito espaço para as pernas, por exemplo. Semelhante ao modelo precedente e não muito diferente de seus concorrentes, é bom que se diga.

Outra característica comum entre eles é a instabilidade do motor no período de aquecimento quando abastecido com álcool e a trepidação da alavanca de câmbio em baixas rotações, em razão da coxinização do conjunto motriz e da ligação com o câmbio feita por varetas e não por cabos.

Com o mesmo entre-eixos do aposentado Clio Sedan, o Symbol também não é uma referência em espaço interno. O bagageiro diminuiu imperceptíveis três litros, mas o visual traseiro ficou mais harmônico

Mas, deixando os deslizes de lado, devemos lembrar que o Clio Sedan sempre gozou de excelente índice de satisfação junto aos seus proprietários, o que deve se repetir. E as razões são inúmeras. A começar pelo acabamento. Material de boa qualidade, encaixes benfeitos, instrumentos de fácil leitura e um bom sistema de som.

O motor também agrada. O 1.6 16 V oferece 110/115 cv (gás./álc.) com ótimos 15,2/16 kgfm (gás./álc.) e garante a tocada adequada ao peso e à proposta do carro. Nada impressionante, mas um desempenho justo, com consumo adequado.

O porta-malas, outro destaque do modelo anterior, diminuiu, mas a diferença é insignificante. Seus 507 litros são mais que suficientes. E, apesar de tantas semelhanças, o novo sedan tem uma importante vantagem sobre o Clio: seu design é muito mais bem-resolvido.