Para quem pensa que o custo de se ter um carro está limitado a prestações, impostos, seguro, combustível e manutenção é porque ainda não utilizou seu automóvel em ano eleitoral. Coincidência ou não, é justamente nesse período que as infrações de trânsito mais crescem. Talvez por isso, cresça também a voracidade do grande vilão das multas. Chega a impressionar! Sentimos isso em nosso dia a dia na redação. Pode, realmente, ser a tal da coincidência? Acho difícil… Por mais cuidadoso e responsável que seja o motorista, sempre arrumam um jeito de multar. Os radares se multiplicam, e os guardas cam “na moita”. Exemplo: em São Paulo, quando o motorista faz uma conversão, com ou sem faixa de segurança, a preferência é do pedestre como manda o Código de Trânsito Brasileiro. Nesse caso, em locais com muito movimento de pedestres, a autoridade de trânsito deveria car bem visível, como acontecia até meados do ano passado. Dessa forma, o motorista respeitava mais o pedestre, e a autoridade advertia os desrespeitosos; assim se educava para o cumprimento da lei. Agora eles cam escondidos, simplesmente multando. Seria essa a forma correta de se educar o cidadão? Não sei. Mas que se fatura muito mais, não tenho dúvida que sim.

Em uma rodovia paulista, o limite de velocidade é de 120 km/h, compatível com o nível de segurança que a rodovia oferece. No sentido interior-capital, quando se aproxima da cidade, esse limite é reduzido para 100 km/h. Mas, exatamente onde ocorre essa transição os policiais chegam a colocar quatro radares, com diferença de 300 ou 500 metros um do outro. A impressão é de que não estão interessados em controlar os apressadinhos, mas, sim, em faturar com os motoristas distraídos ao não perceberem que naquele trecho houve uma redução do limite. Aqui na redação, já tivemos quatro multas nesses trechos, em um período que não excedeu a dois meses, infrações cujas velocidades variaram de 108 km/h até 103 km/h (os números deixam claro que nunca houve abuso). A tolerância de 10% em relação ao limite, agora, foi reduzida para 7%. Onde o limite é 100 km/h, e o motorista só era multado a 110 km/h, agora é a 107 km/h. Isso signi ca que o velocímetro de seu carro deve ser o mais preciso possível, porque, se estiver minimamente desregulado, você se arrisca a tomar uma multa. Por questões de segurança, recomendo que trafegue a uma velocidade inferior àquela indicada pelo instrumento. Dessa forma, você tem certeza (ou quase) de que não será multado.

Douglas Mendonça | DIRETOR DE REDAÇÃO