Um grid com 34 carros e 17 equipes, um circuito de 3.336 metros, 43 mil pessoas nas arquibancadas e um prêmio de US$ 1 milhão (R$ 1,63 milhão) para o primeiro piloto que cruzasse a linha de chegada após uma hora e dez minutos de prova. Essa foi a receita da corrida mais importante da Stock Car e da história do automobilismo brasileiro, realizada no dia 31 de agosto.

Para acirrar ainda mais a disputa, a chuva deu o ar da graça durante quase todo o fim de semana, fazendo com que a pista do Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, só secasse de vez do meio para o final da prova. Por conta do maior tempo de prova (normalmente são 50 minutos), as equipes iriam precisar fazer trocas de pneus e dois reabastecimentos. Já o piloto teria que administrar o equipamento, sem arriscar muito em ultrapassagens.

“Nessa corrida, o melhor talvez não seja o mais rápido, mas o mais constante”, afirmou o piloto da equipe Medley, Valdeno Brito, no sábado, logo depois de classificar seu carro no terceiro lugar do grid de largada. Parece que a estratégia do paraibano deu certo, já que o levou ao degrau mais alto do pódio.

Mesmo no início da prova, com um acerto não muito favorável para as condições da pista, o piloto segurou a terceira posição em um pelotão de frente composto por feras como Ingo Hoffman, Antonio Jorge Neto e Luciano Burti. Cacá Bueno, que largou na pole, liderou grande parte da corrida, mas um problema de pane elétrica o tirou da posição de honra, para dar lugar a Valdeno, que já vinha em segundo tirando a diferença do rival. O piloto nunca havia ganhado uma prova na categoria e, por falta de patrocínio, ficou de 1998 a 2004 sem correr. Completaram o pódio Luciano Burti, que afirmou ter provado que “o segundo colocado é o primeiro dos perdedores”, e Marcos Gomes, que largou em 18º e fez uma bela corrida de recuperação, terminando em terceiro.

Além do prêmio, a organização da Sky Corrida do 1 Milhão de Dólares, promoveu uma festa de comemoração no Hotel Fasano do Rio, onde entregou a Valdeno Brito um anel de ouro branco feito pelo designer Antônio Bernardo, nos moldes da tradicional 500 Milhas de Indianápolis.

No alto, o trabalho dos mecânicos de Vandeno Brito, que fizeram por merecer parte do prêmio; o piloto, com a bolsa exclusiva da premiação, que traz estampa com notas de US$ 100. Acima, Andreas Matthei (à esq.), chefe da equipe Medley, Carlos Coll (ao centro), organizador da Stock Car, e o piloto campeão durante a festa no Hotel Fasano, onde recebeu o anel comemorativo da corrida

Assim como era a intenção da maioria dos pilotos, caso conseguissem o primeiro lugar, Brito decidiu dividir a bolada com a equipe e com seus patrocinadores. Feito o rateio, o paraibano ficou com “apenas” um terço do prêmio de US$ 1 milhão, o equivalente a R$ 543 mil, do qual será descontado ainda o imposto de renda. Segundo ele, o dinheiro será bem empregado na finalização de uma casa que está construindo. “Agora vou até dar uma caprichada a mais”, confessou o felizardo.