22/06/2025 - 7:00
Atualmente os carros “menos caros” comercializados no mercado brasileiro ficam entre R$ 80 mil e R$ 100 mil. São subcompactos, hatches, crossovers e SUVs compactos de entrada, geralmente com motorização 1.0 aspirada e câmbio manual. Mas, e aí, vale a pena investir em um desses modelos ou mirar em um usado/seminovo no mesmo valor, maior e mais completo?
Pagar ‘caro’ por um carro pequeno e ‘fraco’?
Os automóveis novos nessa faixa de preço são bem pequenos. Para exemplificar, um Fiat Mobi (a partir de R$ 80.990) tem 3,56 m de comprimento e entre-eixos de 2,3 m. Um dos maiores é o Citroën Basalt (a partir de R$ 101.490), com 4,34 m de comprimento e entre-eixos de 2,64 m.
Em relação à potência, o pequenino da Fiat desenvolve até 75 cv de potência – mesmo número da opção da Citroën com propulsor aspirado 1.0. O Polo é o melhorzinho e pode chegar aos 85 cv com o conjunto 1.0 aspirado (MPI).
Para Cassio Pagliarini, diretor de marketing e sócio da Bright Consulting, empresa de consultoria empresarial, se o seu ponto é o motor 1.0 aspirado, “ele cumpre seu papel”.
“Hoje [o veículo 1.0 aspirado] tem 80 cv. No passado ele tinha 50 cv, que era insuficiente para condução do veículo. Hoje, essa situação melhorou muito e nos motores turbo nem se fala. O motor turbo 1.0 é melhor que muito 1.5, 1.6.”
Gosto e manutenção
Independente dos números, o consumidor vai adquirir um carro novo devido ao gosto dele e é o tipo de pessoa que não quer se preocupar com manutenção.
“A pessoa vai comprar um carro novo porque ela gosta disso e ela vai ter prazer em ter esse veículo. Sem dúvida, o veículo novo deve dar muito menos manutenção. Muitas montadoras oferecem a primeira e a segunda revisões de graça. Um grande tempo com o veículo sem dor de cabeça.”

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Economia e equipamentos atualizados
Outro ponto positivo são a economia e equipamentos mais atualizados.
“Eu tenho me surpreendido pela economia maior que os veículos têm alcançado em função de sua eficiência energética melhor, e os equipamentos ADAS [de segurança e condução] estão ‘brilhando’.”
Seguindo os exemplos citados acima, um Fiat Mobi consegue fazer até 14 km/l na cidade e 15,1 km/l na estrada (gasolina), enquanto o Citroën Basalt atinge 12,1 km/l e 13,7 km/l (gasolina), segundo dados do Inmetro.
Desvalorização e seguro
Entretanto, Pagliarini ressalta que o veículo 0km é o que mais desvaloriza e o preço do seguro é maior que um seminovo/usado.
“Se você comprar um veículo usado, com seis meses de uso, ele [consumidor] vai se livrar dessa desvalorização inicial.”
Um carro 0km perde, em média, 10% do seu valor assim que deixa a concessionária. Um carro seminovo, como já teve essa perda inicial tem como previsão desvalorizar menos.

O que colocar na ponta do lápis na hora de comprar o 1.0 0km?
Mas, e aí, vale a pena comprar um carro 1.0 de R$ 100 mil hoje? Antes, é necessário checar alguns pontos, recomenda o especialista. Veja abaixo:
- Gosto
- Equipamentos
- Desvalorização
- Valor de revenda
“Na hora de comprar esse modelos, você deve olhar aquilo que gosta, o nível de equipamento deles e a desvalorização daquele modelo.”
Maior, mais potente, mas sem a garantia de um 0km
Se você precisa de um carro mais confortável para a família, por exemplo, tem as opções seminovas e usadas de sedãs ou SUVs de porte médio. O especialista ressalta que o mercado de usados e seminovos está muito bom hoje.
“Você consegue comprar veículos usados bastante atrativos, bem equipados na faixa entre R$ 70 mil e R$ 100 mil.”
“Os veículos usados tem uma garantia muito maior. Você compra um veículo seminovo e ele ainda conta com garantia de fábrica. Os veículos são muito mais duráveis. Hoje é muito fácil ter veículos que passam dos 250 mil quilômetros, e isso dá muito mais confiança.”
Um Honda Civic 2017, por exemplo, pode ser equipado com motor 2.0 aspirado com câmbio CVT que rende até 155 cv e sai na faixa de R$ 100 mil. Ele apresenta 4,63 m de comprimento e 2,7 m de entre-eixos. Em versões superiores, a lista de itens abriga: seis airbags, controles de tração e estabilidade, câmera de ré, ar-condicionado automático, direção elétrica, piloto automático, rodas de liga leve e volante multifuncional.

Um Hyundai Creta 2018, para citar, conta com opções de motor 1.6 e 2.0. O modelo 1.6 pode vir com câmbio manual ou automático de 6 marchas, enquanto o 2.0 com câmbio automático. Em dimensões o Creta 2018 tem 4,27 m de comprimento, 1,78 m de largura, 1,63 m de altura e 2,59 m de entre-eixos. Os equipamentos do carro, dependendo da configuração, englobam: ar-condicionado, direção elétrica, vidros e travas elétricas, sistema de som com bluetooth, bancos em couro, piloto automático, sensor de estacionamento, câmera de ré, e controle de tração e estabilidade.
