Participei do lançamento do Honda WR-V 2021 e, agora passei um período maior com a novidade. E a boa impressão causada à época, na pista de testes da Honda, no interior de São Paulo, se repetiu. Mas o maior problema do WR-V, agora, está além dele: chama-se VW Nivus (leia avaliação), na moda dos SUV-cupês, um dos lançamentos do momento.

Considero a versatilidade e a amplitude da cabine os seus pontos-chave, mas, confesso, que torcia o nariz para o visual.  Mudei de opinião após as mudanças visuais transmitirem uma pegada mais jovial. Entre elas, a dianteira das versões EX (R$ 90.300) e EXL (R$ 94.700) receberam faróis com projetores de LED e iluminação diurna (DRL), grade do radiador com porção cromada reduzida e para-choque frontal atualizado e exibindo novas molduras nas luzes de neblina (também de LED).

Outros destaques estão nas rodas de 16″ redesenhadas, nas lanternas de LED e no para-choque traseiro 67 mm maior frente ao do antecessor. Curti, pois em uma eventual colisão traseira a tampa do porta-malas não é danificada.

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Ao abrir a porta, os ares de frescor da cabine aparecem no volante com molduras cromadas e nos detalhes em preto brilhante – a mesma tonalidade aparece nas saídas de ar. O interior do Honda WR-V 2021 me agrada pela construção e a posição de dirigir não cansa após longas horas ao volante. Os bancos desta versão topo de linha EXL avaliada seduzem pela densidade das espumas e pelos apoios laterais. Entretanto, o multimídia de 7″ com Android Auto/Apple CarPlay poderia ter uma interface mais moderna e respostas mais rápidas aos toques na tela.

Quem viaja atrás desfruta de bom espaço para as pernas/joelhos por conta dos 2,555 m de entre-eixos. Não sou do tipo de consumidor que carrega muita bagagem, tampouco faço o perfil esportista. Portanto, o porta-malas de 363 litros (mesma capacidade do Fit) acomodou sem problemas as minhas compras de mercado. 

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Dirigibilidade 

O casamento do motor aspirado 1.5 16V ao câmbio continuamente variável (CVT) transmite uma dirigibilidade condizente à proposta. E a condução do Honda WR-V acerta em cheio na suavidade do trabalho do motor e das suspensões. Segundo o fabricante, o conjunto emprega amortecedores, buchas, subchassis, eixo traseiro e pneus diferentes dos utilizados no Fit. Também gostei da leveza da direção assistida eletricamente ao esterço. 

Não só mais belo, como o Honda WR-V também ficou mais seguro. As já mencionadas configurações EXL, EX e a inédita de entrada LX (R$ 83.400) oferecem controles eletrônicos de tração/estabilidade, assistente de partida em rampas, monitoramento da pressão dos pneus e luzes de frenagem de emergência. Estão disponíveis quatro airbags nas versões EXL e EX, enquanto a LX possui dois, só para citar.

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Bem verdade, que o Honda WR-V 2021 ganhou uma injeção de ânimo. Mesmo assim, ele ainda não figura na minha lista de próximos carros, embora me agrade pela engenharia e a condução. Atualmente, nesse segmento olharia para o Volkswagen Nivus, com versões Comfortline 200 TSI (iniciais R$ 89.150) ou Highline 200 TSI (R$ 102.050).

O SUV-cupê ostenta um estilo mais de acordo com meu gosto pessoal, enquanto o motor tricilíndrico 1.0 turbo com injeção direta produz até 128 cv de potência e 20,4 kgfm de torque, quando abastecido com etanol. Muito embora o porta-malas não seja um fator de compra para mim, o do Volks oferece 415 litros. Mas, é o seu visual de SUV-Cupê, que me motivaria a comprá-lo ao invés do Honda WR-V 2021.

Contraponto (Flavio Silveira, editor)

Tenho um Fit de segunda geração como meu carro racional, de uso diário. Ele é simplesmente imbatível na relação entre tamanho externo e espaço interno. Já até contei aqui como ele acomodou mais coisa que um Jeep Cherokee. O sistema de rebatimento/levantamento do banco traseiro é genial, e é um caso clássico de forma que obedece à função.

O WR-V pega tudo isso e resolve um dos maiores problemas do Fit: a suspensão dura, não muito adequada para uso na terra ou mesmo no asfalto esburacado de nossas cidades e estradas. Com elementos do WR-V, elas são exemplares. De negativo, o ele tinha o visual estranho, que agora, no Honda WR-V 2021, foi melhorado — nesse ponto concordo com o Rafael. Mas o motor 1.5 continua: não é um usina de força, e o câmbio CVT ajuda a deixar tudo mais entediante ao volante.

Concordo com o Rafael que o VW Nivus, que segue a mesma pegada (seria ele o WR-V da Volks? Leia aqui), tem um visual infinitamente mais bonito e uma mecânica superior. Mas, para encarar estradinhas de terra o WR-V é superior, assim como no aproveitamento de espaço e no acabamento. A central multimídia não é tão boa quanto a do Nivus, e faltam itens como ACC (para mim, dispensáveis). Mas, no fim das contas, entre o Nivus e o WR-V, eu fico com o Honda. Entre a emoção e a razão, costumo optar pela segunda.

Compre se: 
  • Você tem família e precisa de um carro, que ofereça amplitude interna e uma boa capacidade de porta-malas.
  • Você quer um modelo versátil. O interior do WR-V 2021 traz o sistema Magic Seat permitindo modular os bancos para levar objetos volumosos.
Não compre se:
  • Você faz questão de ter um motor turbinado. Apesar do WR-V proporcionar uma dirigibilidade condizente à proposta.
  • O estilo é mandatório. Apesar de mais belo frente ao do antecessor, o visual do WR-V segue dividindo as opiniões dos consumidores.
Considere também

Nissan Kicks S CVT (R$ 95.290)

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O SUV da Nissan oferece seis versões, com preços entre R$ 87.290 e R$ 116.090. O motor 1.6 está casado ao câmbio CVT para entregar 114 cv e 15,5 kgfm. O peso de 1.129 kg é inferior ao do Honda  WR-V EXL, enquanto o porta-malas do SUV da Nissan é de 432 litros.

Ford EcoSport FreeStyle 1.5 AT (R$ 93.390)

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O precursor do segmento de SUVS em nosso mercado carece de uma mudança. Mesmo assim, ele encontra o seu público fiel. Com 137 cv e 16,1 kgfm kgfm, quando abastecido com etanol, o utilitário esportivo emprega uma caixa automática “convencional” e são 356 litros de porta-malas. 


FICHA TÉCNICA

Honda WR-V EXL 2021
Preço básico: R$ 83.400 (configuração LX)
Carro avaliado: R$ 94.700

Motor: quatro cilindros em linha 1.5, 16V, comando variável
Cilindrada: 1497 cm³
Combustível: flex
Potência: 115 cv a 6.600 rpm (g) e 116 cv a 6.000 rpm (e)
Torque: 15,2 kgfm a 4.800 rpm (g) e 15,3 kgfm a 4.800 rpm (e)
Câmbio: automático CVT, modos Sport e Low
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) eixo de torção (t)
Freios: disco ventilado (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,068 m (c), 1,734 m (l), 1,599 m (a)
Entre-eixos: 2,555 m
Pneus: 195/60 R16
Porta-malas: 363 litros
Tanque: 45,3 litros
Peso: 1.138 kg
0-100 km/h: 11s5 (e)
Velocidade máxima: 175 km/h
Consumo cidade: 11,7 km/l (g) e 8,1 km/l (e)
Consumo estrada: 12,4 km/l (g) e 8,8 km/l (e)
Emissão de CO2: 111 g/km
Com etanol = 0 g/km
Consumo nota: C
Nota do Inmetro: B
Classificação na categoria: C (SUV Compacto)