Se o seu carro vai ficar parado na quarentena, é preciso adotar alguns hábitos para preservar a vida útil de componentes do veículo. O engenheiro mecânico e especialista em manutenção automotiva, Denis Marum, alerta que o automóvel parado por muitos dias seguidos pode dar problemas. “Respeitar as orientações da OMS e ficar em casa é fundamental, é o que importa agora. Mas é bom manter o carro em ordem. Afinal, ele pode ser uma ferramenta útil para atender a uma emergência”.

+ Médica lista cuidados especiais para motociclistas
+ Coronavírus: veja 40 itens que você precisa higienizar no carro
+ Coronavírus: motoboys estão preocupados com contágio

Abaixo, Marum lista cuidados básicos que devem ser adotados durante esse período:

Bateria
Na maioria dos carros as baterias possuem placas de chumbo imersas em uma solução ácida dentro de uma caixa plástica. Pela falta de movimento do veículo, o ácido acaba por se concentrar no fundo do recipiente plástico, corroendo as placas de chumbo e, por consequência, diminuindo consideravelmente a capacidade de recarga da bateria. Portanto, não basta apenas funcionar o motor uma vez por semana. É necessário movimentar essa bateria para homogeneizar a solução ácida, evitando a corrosão das placas. Funcione o motor e movimente o carro para gerar movimentação da solução dentro da bateria.

Baterias mais modernas dispõem de um material absorvente entre as placas que inibem por mais tempo a concentração do ácido no fundo. Já baterias com mais de dois anos, com baixa capacidade de recarga, exigirão carregamento mais frequente, algo entre três e cinco dias. As baterias novas e de última geração podem suportar até três semanas.

Desligar os cabos da bateria é uma opção para evitar o consumo residual de energia gerado pelo alarme e pelo rádio, porém poderá perder a configuração do próprio rádio e de alguns módulos presentes em veículos mais modernos.

Pneus
É preciso mudar a posição do carro que ficar parado durante a quarentena a cada dez dias para que a cinta metálica, que faz parte da estrutura do pneu não se deforme permanentemente. Essa deformação comprometerá a segurança, gerando desbalanceamento da roda, que pode trepidação do volante em altas velocidades e barulho.

Lubrificação do motor e câmbio
Depois de uma semana parado, o óleo escorre quase que totalmente para a parte de baixo do motor, chamado cárter, gerando grande desgaste das partes metálicas no momento da partida. Colocar óleo de última geração minimiza o problema, pois adere melhor às paredes do motor. O mesmo acontece com o câmbio, principalmente o automático. Movimentar o óleo hidráulico evitará o ressecamento de vedadores e juntas.

Cheiro de mofo na cabine
As bactérias e fungos se proliferam nos dutos do ar condicionado, pois encontram um ambiente propício, úmido e frio. Quando for ligar o motor, ligue o ar condicionado por dez minutos, para, também, possibilitar a lubrificação desse sistema e depois desligue o ar condicionado e deixe apenas na ventilação, com o seletor de temperatura na posição quente. O aquecimento dos dutos removerá a umidade, impedindo a proliferação das bactérias e fungos.

Gasolina apodrece após um mês
Deixe pouca gasolina no tanque: ela se degrada após um mês e isso pode gerar entupimento dos bicos injetores e dificuldade a partida. Para motores flex, álcool não é uma boa solução. O etanol de má qualidade contém água e pode ainda se transformar em açúcares. Água e açúcar é uma excelente mistura para entupir bicos, enferrujar e danificar as roscas das velas.