O motor 1.6 E.torQ deu mais força para o Idea na cidade, mas o câmbio Dualogic, apesar de ter melhorado, ainda rouba parte da agilidade do carro.

O painel com novos instrumentos

Com a mesma cara desde 2005, era hora do Idea mudar. Como na maioria das reestilizações, alguns detalhes ficaram desproporcionais. Isso tem explicação: quando se desenvolve um novo carro, todas as linhas são pensadas em conjunto; quando ele ganha um face-lift, certas coisas mudam – faróis, lanternas, detalhes da carroceria e para-choques – e outras não. Aí, nem sempre tudo se “encaixa” bem. Mas, como gosto não se discute, muita gente aprovou o novo visual do monovolume.

O novo motor E.torQ 1.6, mais moderno que o antigo 1.8 8V “emprestado” da GM, caiu melhor no carro. Percebe-se isso no silêncio ao rodar, na baixa vibração repassada para a cabine e na aceleração de zero a 100 km/h, quase igual à que registrava com o antigo 1.8.

Até aqui, o resultado parece positivo, comprovando os benefícios do downsizing: motor menor, mesmo desempenho e – para completar – consumo mais baixo, certo? Não. Comparando os gastos deste novo motor com os do antigo, os números de consumo são quase idênticos: uma taxa de compressão maior que os 10,5:1 melhoraria o consumo.

Já a mudança do motor 8 válvulas para um 16 válvulas não foi ruim. O torque foi uma grande preocupação. Cerca de 80% dos 16,8 kgfm (com etanol) estão disponíveis já às 1.500 rpm. Ou seja, o principal problema dos 16V, pouca força em baixas rotações, aqui ainda incomoda, mas bem menos. Em algumas situações, exige uma reduzida (ou uma esticada) a mais. Mas, no geral, o motor agrada. E o carro vai bem.

Lanterna com luz de LED é uma exclusividade em carros nacionais e ajudou a modernizar o modelo

O teto solar panorâmico é um dos opcionais mais caros, assim como o revestimento em couro nos bancos

O câmbio Dualogic melhorou, mas ainda é um automatizado… Às vezes, em algumas situações (como uma mudança de faixa que exija aceleração constante), as mudanças de marcha acontecem na pior hora. Mas, pelo menos, elas estão mais rápidas, com menos trancos. Para andar tranquilamente não incomoda, mas se você dirige “no modo esportivo”, é melhor fazer as trocas manualmente.

No mais, o mesmo Idea de sempre: interior alto (até demais), mas com pouco espaço para as pernas no banco traseiro e porta-malas mediano; excelente visibilidade traseira, sensação de espaço para o motorista e boa posição ao volante (apesar de ser ajustável apenas em altura).

O Idea Essence Dualogic parte dos R$ 47.720 (com os opcionais, como o das fotos, passa dos R$ 67 mil). Sem o câmbio automatizado, baixa para R$ 45.610 – uma compra mais atraente que o 1.4, só manual, R$ 2 mil mais barato. Se quiser o E.torQ 1.8, é preciso escolher entre Sporting e Adventure, já acima dos R$ 54 mil. Mas para a proposta familiar do carro, esta é a versão ideal.