O canadense Gilles Villeneuve sonhava em ganhar a vida pilotando. Dirigia desde os 11 anos e já tinha uma próspera carreira como destruidor de carros da família quando entrou para as corridas de snowmobile, aos 18 anos. Chegou a ser campeão mundial, mas, em 1973, já casado, percebeu que teria de mudar de profissão se não começasse a ganhar mais dinheiro. Partiu para o automobilismo. Bicampeão da Fórmula Atlantic, fez um teste na McLaren, não passou, mas recebeu uma ligação de Enzo Ferrari. Nascia uma lenda da Fórmula 1, que protagonizou incríveis embates na pista e alguns acidentes que lhe renderam o apelido de piloto voador. Já no segundo GP que disputou, no Japão, Villeneuve decolou com sua Ferrari, num acidente que matou duas pessoas. A primeira vitória chegou em 1978, no Canadá. Mas a chance real de conquistar um título foi em 1979, quando abriu mão do GP da Itália a favor de Jody Scheckter, primeiro piloto da equipe, que foi campeão.

Em 1982, como favorito da equipe, Didier Pironi não o respeitou como primeiro piloto e, em vez de ajudá-lo a defender sua posição, ultrapassou Villeneuve no GP de San Marino. Na classificação para a prova seguinte, na Bélgica, ainda irritado com o que julgava ter sido uma traição de Pironi, Villeneuve avançou para ultrapassar o companheiro pela direita, mas encontrou na pista o carro mais lento de Jochen Mass. Apesar de ambos terem tentado evitar o acidente, as rodas colidiram. A Ferrari decolou e o Gilles Villeneuve foi arremessado para fora do carro contra a grade de proteção, vindo a falecer por múltiplas fraturas. Passou a ser um mito na Ferrari. Em 1997, seu filho, Jacques Villeneuve, ganhou o título que Gilles nunca conseguiu..