CLASSE B170 R$ 95.000(estimado)

A leveza da direção é ajustada de acordo com a velocidade do carro e o câmbio CVT oferece trocas manuais

Afrase que dá título a esta avaliação foi o mote da campanha de lançamento do Mercedes Classe A em 1999. Era uma forma de comunicar ao consumidor de classe média – que sempre sonhou em ter um carro da marca, mas nunca teve saldo suficiente para isso – que, existia um Mercedes que cabia em seu orçamento. Há quem diga que a frase pegou mal porque estigmatizou o comprador do Classe A.

Conjecturas à parte, o fato é que a frase “” volta a fazer sentido e bem que poderia ser usada para a apresentação dessa versão de entrada da família B. Mostrado ao público no último Salão do Automóvel, o novo B170 tem preço estimado em R$ 94,9 mil (era R$ 99.900, mas com a diminuição do IPI, este modelo também será beneficiado), mais barato até que o Classe A atual.

O motor quatro cilindros 2.0 de 136 cv dá lugar, nesta versão, a uma unidade menor, 1.7 de 116 cv. Seu desempenho, que já não era brilhante, ficou ainda mais ofuscado. O carro é pesado e o motor sofre para garantir alguma agilidade em retomadas. Mas a transmissão continuamente variável ajuda o motor em seu árduo trabalho de movimentar o modelo e, no final, seu desempenho não chega a ser uma decepção.

Com a unidade dois litros, ele acelera de zero a 100 km/h em 10,2 segundos com o propulsor menor, leva 1,8 segundo a mais para cumprir a mesma prova. Quem não esperar esportividade do modelo, deve gostar do que o carro oferece. Inclusive porque o consumo de combustível é contido (fazendo médias de 11 km/l na cidade e 16 km/l na estrada) e seu espaço para passageiros e malas serve bem às pequenas famílias.

Se seu desempenho não é digno de nota, o mesmo não se pode dizer do comportamento dinâmico em curvas, frenagens e mudanças de trajetória. Alto, o modelo parece instável inicialmente, porque sua carroceria balança bastante, mas a suspensão um tanto dura, que transfere as irregularidades do piso ao habitáculo, dá indícios de que seja um carro estável. Na primeira curva rápida, a suspeita é confirmada e uma infinidade de controles eletrônicos, trabalham para que o B170 se mantenha na trajetória como se estivesse sobre trilhos. O único senão é que a distância do solo é pequena demais e o carro raspa em pequenas ondulações da pista, valetas, buracos e lombadas.

Essa versão mais barata mantém o mesmo pacote de equipamentos dos modelo B200 e B200 Turbo e, por fora, nem se nota, que é um modelo mais em conta. Por menos de R$ 100 mil é uma excelente oportunidade para quem quer um carro da marca, seja pela tecnologia ou pelo status que se ganha com a estrela no capô. Preocupado com o alto custo das peças de um Mercedes? A montadora está lançando um plano de manutenção com garantia estendida e que isenta os compradores do Classe B de vários custos durante as revisões programadas.

Com os bancos rebatidos, o B 170 oferece um espaço de 2.245 litros para a bagagem. Com os cinco passageiros a bordo, ainda sobram excelentes 544 litros no porta-malas