Responda rápido: a tração 4×4 é necessária em utilitários esportivos? Para alguns consumidores, sim. Já para a grande maioria, nem tanto. A Honda sabe disso e passou a oferecer o CR-V topo de linha, EXL, com tração dianteira. Por R$ 109.900, fica entre a versão de entrada LX 4×2 (R$ 98.900) e a EXL 4×4 (R$ 119.900). A Toyota já havia adotado estratégia semelhante na geração passada do RAV4 – e continua com uma versão 4×2 na atual. Dessa forma, o CR-V tem outra arma para ampliar sua vantagem nas vendas em relação ao Hyundai iX35, Kia Sportage, Mitsubishi ASX, Chevrolet Captiva e cia.

Por R$ 5.000 a menos que o EXL 4×4, ele tem exatamente o mesmo pacote de equipamentos, que é bem completo – com itens como controles de tração e estabilidade, assistente de partida em aclives, seis airbags, bancos de couro, teto solar elétrico, ar-condicionado digital de duas zonas, sistema multimídia com tela sensível ao toque e navegador por GPS (com informações sobre as condições de trânsito em tempo real).

Sem a tração 4×4, o peso do SUV da Honda diminuiu 54 quilos. Ao volante, a diferença de desempenho é imperceptível. O motor 2.0 flex 16V tem a tecnologia FlexOne, que substituiu o tanquinho de gasolina da partida a frio por um sistema que aquece o combustível antes de ser injetado nos cilindros. Com o carro carregado e em subidas, o desempenho é apenas suficiente. O botão “ECON” ajuda a diminuir o consumo e, com ele acionado, o computador de bordo indicou boas médias urbanas, de mais de 8 km/l (com etanol).

A transmissão automática de cinco marchas faz trocas suaves, mas, quando exigida, demora a reduzir a marcha. Faz falta um modo sequencial. Apesar disso, o CR-V é agradável de dirigir, graças também às suspensões macias e ao volante com assistência elétrica. O CR-V tem cabine ampla, com bom acabamento, e porta-malas de bons 589 litros. Agora, a escolha entre o EXL 4×2 e o EXL 4×4 depende da necessidade do consumidor. É uma questão de gosto – e também de bolso.