Apesar de manter quase a mesma plataforma atual, o novo Jetta ganhou linhas mais limpas e modernas, que o deixaram com ar re nado

A linha 2012 do Jetta não representa apenas mais uma evolução do sedã que chegou ao Brasil em 2006. É muito mais do que isso. Agora, além de continuar disputando mercado com modelos na faixa dos R$ 85.000, a marca tem planos mais audaciosos para o modelo. Ele substitui o Bora e passa a brigar de frente com os líderes Corolla e Civic no segmento de médios ao preço de entrada de R$ 65.000. Para isso, terá duas versões bem diferentes: a top Highline e a de entrada Comfortline. A jogada é a mesma feita recentemente nos EUA para baratear o modelo. Das linhas de montagem mexicana, saem dois carros diferentes, que atendem a consumidores distintos.

Na versão top, o sedã tem interior com detalhes esportivos e muitos itens de conforto. O câmbio é um e ciente dupla embreagem

A con guração Highline conta com propulsor 2.0 TSi de 200 cv e câmbio DSG automatizado de seis marchas e dupla embreagem. Esse conjunto, já presente no Passat, no Passat CC e no Tiguan, também equipa os Audi A3, A4, A5 Sportback e TT, e é referência de desempenho em todos os segmentos de que participa. Já a Comfortline chega com o conhecido motor 2.0 8V bicombustível de 120 cv, o mesmo utilizado nos VW Golf e Polo.

Nos EUA, essa versão baratinha adota o motor cinco cilindros 2.5 do Jetta atualmente vendido aqui. Para a transmissão, o consumidor pode escolher entre um câmbio manual de cinco marchas e um automático sequencial de seis velocidades, que, apesar de não oferecer o mesmo desempenho da DSG, não decepciona.

As mudanças não param por aí. A plataforma é basicamente a mesma da atual, baseada no Golf VI, que traz suspensão independente na traseira com esquema multlink. Isso na versão mais cara. Para o modelo básico, criou-se uma nova base. A dianteira é semelhante, mas a traseira tem suspensão com eixo de torção, barateando o conjunto, que, segundo a marca, segue a premissa de ter boa relação custo-benefício. A assistência da direção, elétrica no modelo top, passa a ser hidráulica no Comfortline. E os equipamentos também diminuem.

Ainda assim, a configuração que brigará com Civic e Corolla vem bem completinha com rodas de liga aro 16, retrovisores com acionamento elétrico, saída de escapamento duplo, freios ABS, airbags duplo e laterais frontais, faróis de neblina, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro e bancos do motorista e passageiro com ajustes de altura manuais. Com a versão Highline, a marca foi ainda mais generosa. Além de todos esses equipamentos, o modelo ainda tem rádio MP3 touch screen com Bluetooth, controle de estabilidade ESP, rodas aro 17, ar digital de duas zonas, piloto automático, sensor crepuscular e de chuva, bancos de couro e seis airbags..

Apesar das diferenças substanciais dos dois catálogos do Jetta, uma de suas maiores armas é seu novo visual e, nisso, ambos são praticamente iguais. O carro, desenvolvido na Alemanha, é criação dos irmãos brasileiros Marcos e José Carlos Pavone (leia mais no quadro acima), sob a supervisão do mago italiano do designer Walter de Silva. Um trabalho realmente elogiável.

OS SUPERGÊMEOS

A dupla de designers Marcos e José Carlos Pavone foi responsável pela criação do novo visual do Jetta. “O Walter (de Silva) dizia que precisava ser um carro com formas simples e claras, mas com um design harmônico. Acho que conseguimos”, disse José Carlos. O desenho dos irmãos gêmeos venceu, inclusive, a opção apresentada pelo renomado estúdio Bertone. A história da dupla foi contada na edição 322 (jan/2010) de MOTOR SHOW.