23/09/2024 - 18:50
FRANKFURT (Reuters) – O presidente-executivo do Grupo Volkswagen, Oliver Blume, disse esperar que os sindicatos apresentem propostas sobre como cortar custos da empresa alemã e diminuir a diferença em relação aos concorrentes, dois dias antes de negociações sobre o fechamento de fábricas e novos acordos salariais.
Neste mês, a maior montadora de automóveis da Europa cancelou esquemas de segurança do emprego de longa data e disse que estava considerando o fechamento de fábricas em seu mercado doméstico pela primeira vez.
+ Compra do Ano – Sedã Compacto: Volkswagen Virtus é uma questão de bom senso
+ Volkswagen anuncia lançamento de novo SUV durante o Rock In Rio
O anúncio provocou um confronto com os sindicatos, que prometeram uma resistência feroz. Em um sinal do tamanho da tensão que a situação trouxe, as negociações sobre um novo acordo salarial e orçamentos futuros estão programadas para começarem um mês antes do previsto, em 25 de setembro.
Os sindicatos têm descartado o fechamento de fábricas, sem responder à questão de onde virão as economias necessárias sem que haja demissões.
“Espero ver um movimento significativo para progredir no lado dos custos”, disse Blume à emissora RTL/ntv.
“Os custos na Volkswagen são muito altos em comparação com a concorrência internacional”, disse ele, acrescentando que o grupo está analisando todas as alavancas nas próximas semanas com relação a cortes de desenvolvimento, materiais, custos fixos, de fabricação e de varejo.
Ele disse que os custos trabalhistas na Alemanha são o dobro do nível europeu e também afirmou que o objetivo é obter um acordo amplo sobre investimentos e acordos trabalhistas este ano.
Os comentários de Blume foram feitos no momento em que as montadoras e os fornecedores realizarão uma reunião virtual com o ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, nesta segunda-feira, para tratar da saúde do setor automotivo, o mais importante do país.
As montadoras do país estão enfrentando problemas cada vez maiores, com a BMW e a Mercedes-Benz alertando sobre os lucros nas últimas semanas, como resultado do enfraquecimento do mercado automotivo chinês, o maior do mundo.
(Por Christoph Steitz)