A Volkswagen tem utilizado na campanha publicitária do Polo que o novo hatch pode ser chamado de ‘mini-Golf’. Será verdade? Resolvi fazer a comparação. Vamos começar pelo design: No final de 2014, quando um informante me contou que o novo carro estava sendo desenvolvido no design da VW do Brasil, lembro-me que ele disse textualmente: ”O carro é um ‘mini-Golf!”’. Alguém até pode dizer que uma das características do design do Golf é a larga coluna C, presente desde a primeira geração do modelo, lançada em 1974, e que não está presente no Polo. Mas as formas básicas se assemelham. E vão ficar ainda mais semelhantes agora em 2018 quando o Golf for reestilizado. Muitos dos detalhes estilísticos do Polo estarão presentes no Golf. Interessante o fato do Polo ter formas de design que vão ser repassados ao Golf. Ou seja, algumas modernizações chegaram primeiro no Polo.

Mas não basta que existam coincidências estilísticas: é preciso também que, dinamicamente, esses carros sejam parecidos. O Golf tem como um dos seus grandes méritos a dinâmica. Para quem gosta de dirigir — e já teve a oportunidade de dirigir o hatch médio —, sabe do que eu estou falando. O carro chega a ser irrepreensível, unindo como ninguém características tão antagônicas quanto estabilidade e conforto. E, sob esse aspecto, a plataforma modular MQB fez dessa última geração do Golf um carro ainda mais elogiável. Silencioso, suave, confortável e, ao mesmo tempo estável nas frenagens e mudanças bruscas de direção, além de previsível nas curvas feitas com mais velocidade. Esse é o Golf que conquistou todos que gostam de dirigir.

VW Polo Comfortline 200 TSI (Foto: Lucca Rasera Mendonça)

Não por acaso, o Polo dispõe dessa mesma plataforma MQB. O bom trabalho no acerto de molas, amortecedores e barra estabilizadora feitos conjuntamente entre Brasil e Alemanha, deram ao Polo uma dinâmica bem semelhante à do Golf. Chega a ser impressionante a semelhança e a sensação de rodar em um e no outro. De olhos fechados, tem-se a impressão de estar no mesmo carro. Até o silêncio ao rodar do Polo remete ao Golf. Sem dúvidas, outro ponto onde os dois se assemelham muito. Outro fator que deve ser ressaltado e são as características positivas de ambos é a segurança. Nos testes realizados pelo Euro NCAP e pelo Latin NCAP, tanto Golf quanto seu irmão menor Polo tiveram o mérito de receber 5 estrelas para proteção de adultos e crianças, que, por esses órgãos aferidores, representam a máxima segurança aos testes atualmente realizados.

A transmissão automática de 6 marchas com conversor de torque (Tiptronic) está disponível no Golf apenas na versão Highline, enquanto no Polo ela está presente de série desde a versão das fotos, a Comfortline. Pode se dizer que o Polo Comfortline é um mini-Golf metido a besta, pois disponibiliza um câmbio que não está presente sequer em seu irmão maior (O Golf Comfortline só é oferecido com câmbio manual). Na motorização, o Polo continua esnobando seu irmão maior: seu motor 1.0 TSI produz 128 cv, enquanto esse mesmo motor aplicado no Golf produz 125cv. E, como já disse acima, o Golf Comfortline só é oferecido com câmbio manual de 6 marchas.

Sem dúvidas agora acredito que, depois de passar esse pente-fino em ambos, afirmo que o título de ‘mini-Golf’ para o Polo tem toda a razão de ser e não é nenhum exagero. E um fato deve ser ressaltado: Quando comparado ao Golf, o Novo Polo tem um preço muito mais atraente. Esse Comfortline que avaliei, por exemplo, custa a partir de aproximadamente R$ 65 mil e com o pacote Tech I de opcionais que o carro tinha, seu preço sobe para cerca de R$ 68 mil. Um carro já bem equipadinho. Gostei de todo o conjunto: com bom desempenho (0 a 100 km/h em 9,6 segundos e máxima de 192 km/h), econômico (11,6 km/l na cidade e 14,1 km/l na estrada com gasolina, resultados do Inmetro), silencioso e que passa a motorista e passageiros uma agradável sensação de segurança. Pela minha análise técnica, o Novo Polo está aprovado!

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