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O CEO da Volvo Cars Brasil, Luis Rezende, disse hoje em São Paulo que o futuro crossover compacto da marca, o XC40, será importado para o mercado brasileiro. Segundo ele, esse carro fará concorrência direta para o Mercedes-Benz GLA (R$ 143.900 a R$ 208.900, dependendo da versão). A notícia da vinda do Volvo XC40 para o mercado brasileiro já havia sido adiantada pela revista Motor Show em março de 2012. Esse carro é menor que o XC60 – carro-chefe da Volvo no Brasil atualmente – e será fabricado em Ghent, na Bélgica, junto com os demais modelos da plataforma CMA (V40 e S40). Porém, segundo Luis Rezende, a Volvo não tem planos de fabricar este ou qualquer outro carro no Brasil. A estratégia da empresa é continuar importando, mesmo com a restrição de cotas imposta pelo programa InovarAuto.

O Volvo XC40 marcará a entrada da montadora sueca (que pertence à chinesa Geely desde 2010) no segmento de crossovers compactos. Inicialmente, esperava-se um design bem agressivo do modelo, mas recentes fotos divulgadas pela revista inglesa Autocar mostram o XC40 em testes com um visual bastante conservador, quase um XC60 em tamanho menor. Todavia, isso pode ser uma artimanha da Volvo para que o verdadeiro desenho do carro não seja revelado, pois a marca aposta muito nesse mercado de crossovers premium compactos. Além do Mercedes GLA, o Volvo XC40 brigará diretamente também com o BMW X1 e com o Audi Q2, também previsto para o Brasil. A produção do XC40 começará em 2017 e o carro contará com um motor 3 cilindros 1.5 turbocharged.

Luiz Rezende aproveitou a estreia do padrão sueco para as 27 concessionárias Volvo no Brasil, inaugurado na paulistana Auto Star, para falar dos planos da marca. Até o final deste ano chegará o sedã S90, para disputar um nicho de 1.500 carros/ano com o Mercedes Classe E, o Audi A6, o BMW Série 5 e o Jaguar XF. Ainda não está definida qual motorização será utilizada pelo Volvo S90 no mercado brasileiro. Segundo Rezende, a Volvo cresceu 35% em 2015, apesar da crise, e espera manter o patamar de 3.800/4.000 carros vendidos este ano. Por isso, reajustou seus preços um pouco abaixo da concorrência.

De alguma forma, a Volvo teve “sorte” de não construir uma fábrica no Brasil, pois não está produzindo localmente no momento de maior crise da economia brasileira. Quando a marca foi adquirida pela Geely, a decisão estratégica da empresa foi construir simultaneamente três fábricas na China – duas para a plataforma SPA (linhas 60 e 90) e uma de motores. Posteriormente, quando o Brasil poderia ganhar uma linha de montagem, a empresa viu que com o mesmo investimento que seria feito aqui (entre R$ 500 e 600 milhões) poderia abrir uma fábrica nos EUA. Ela está sendo construída na Carolina do Sul e será inaugurada em 2018. “Antes de inaugurar a fábrica dos Estados Unidos não se fala em outra coisa na Volvo, em termos globais”, comentou Luis Rezende. Além das operações na China, nos EUA e na Bélgica, a Volvo tem duas fábricas na Suécia.