Quem viu o VW T-Cross brilhar como nunca nas vendas de 2024, e também nos primeiros meses de 2025, mal poderia imaginar que, agora no final do ano, ele estaria amargando posições bem complicadas no ranking de emplacamentos da Fenabrave. Pudera, nos doze meses do ano passado ele despontou como líder com quase 84 mil carros vendidos, e, nos primeiros seis meses de 2025, teve 44,5 mil exemplares comercializados. Estava indo muito bem, obrigado.  

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VW T-Cross Extreme - Foto: VW/divulgação
VW T-Cross Extreme – Foto: VW/divulgação

Porém, sua liderança dentre os SUVs durou até julho. Em agosto, já perdeu espaço para o médio Toyota Corolla Cross, e, em setembro, despencou para a distante nona colocação do ranking. Em números, tivemos mais de 9,4 mil T-Cross vendidos em maio, seu melhor mês do ano, enquanto setembro não acumulou mais de 4.736 unidades emplacadas. Foi o pior mês cheio até agora.  

T-Cross Comfortline - Crédito: Divulgação/VW
T-Cross Comfortline – Crédito: Divulgação/VW

O que houve com o T-Cross? 

Um dos assuntos tratados pela VW durante a apresentação do SUV médio Taos 2026, além de comemorar o sucesso do pequeno Tera, foi justificar o motivo da queda do compacto T-Cross, alertando que um não roubou vendas do outro.  

Na realidade, o SUV compacto, oferecido no Brasil desde 2019, passa por um momento delicado na sua produção: a fábrica de São José dos Pinhais (PR), de onde também sai o sedan Virtus, está sendo adaptada e preparada para receber a futura picape compacta monobloco da VW, a tão prometida rival de Fiat Toro, Chevrolet Montana e cia. 

Fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais
Fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais – Credito: Divulgação

Por isso, para que a planta paranaense passe por testes e mudanças para acomodar a fabricação da tal picape (chamada de “Projeto 247” ou “Udara”), as linhas do T-Cross acabam sendo prejudicadas. Nesse segundo semestre, assim que as “reformas” começaram em Pinhais, o SUV compacto teve uma redução gradativa na sua fabricação, chegando a ter paralisação completa em algumas ocasiões, inclusive.  

Planta de São Jose dos Pinhais
Planta de São Jose dos Pinhais – Crédito: Divulgação

Na realidade, isso já estava previsto. Porém, antes de começar a mexer nas linhas da fábrica paranaense, a Volks formou uma espécie de “estoque de segurança”, justamente para que não faltasse carro no mercado. Só que, com as vendas crescentes e muita demanda, não adiantou muita coisa: o mercado acabou consumindo tudo que havia sido feito. Sem muito estoque e a produção intermitente, o reflexo veio surgindo nas vendas, especialmente as de setembro e, agora, outubro.  

VW T-Cross 200TSI – Foto: VW/divulgação

Pode faltar carro no mercado, e sem carro para vender, as vendas despencam. Mas, conforme adiantado pela fabricante alemã, a produção normal do SUV começou a ser retomada agora em outubro, ainda que longe da capacidade máxima que a linha de São José dos Pinhais é capaz. O esperado é ter a fábrica fazendo T-Cross a todo vapor apenas em novembro, quando, aí sim, a VW poderá fornecer toda a demanda que o mercado pede. 

VW T-Cross Sense – Foto: VW/divulgação

E o resultado disso nas vendas, seguindo essa lógica, só deverá surgir com a divulgação dos balanços de novembro pela Fenabrave, algo que tende a acontecer no início de dezembro. Sem contar prévias ou cálculos parciais, nesse caso. Tera roubando a clientela do T-Cross? Parece que (ainda) não…