R$ 1 mil: essa é a diferença de preço entre o VW Tera 1.0 MPI manual e o Fiat Pulse Drive 1.3 manual, ao menos por enquanto. Explico: a Volkswagen já disse que os R$ 99.990 do lançamento do Tera de entrada vale apenas para as primeiras 999 unidades (depois sobe para R$ 103.990). Já a Fiat, surfando na mesma onda, colocou sua versão de entrada do Pulse por R$ 98.990, mas sem promoção ou desconto temporário. Esse é o valor real do carro, pelo menos até o próximo aumento. 

Qual vale mais a pena? Depende. O Volks, por exemplo, oferece mais segurança com seis airbags (quatro no Fiat), mas o Pulse compensa com melhor desempenho, graças ao motor 1.3 (1.0 no VW). Por isso, vamos nos limitar no bom e velho “bate-bola”: o que cada um oferece na motorização, consumo/desempenho, espaço interno/porta-malas, e equipamentos de série.  

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Motorização 

Fiat Pulse Drive 1.3 manual 2026 – Foto: Fiat/divulgação

Nesse caso, vitória para o Fiat, que oferece um motor maior. Apesar de simples (duas válvulas por cilindro, comando de válvulas único, sem variador de fase), seu 1.3 8v Firefly é inteiro em alumínio, e hoje entrega 98/107 cv de potência com 13,2/13,7 mkgf de torque (gasolina/etanol). A transmissão é manual de cinco marchas, que só peca pelos engates mais molengas, de menor precisão. 

VW Tera MPI 2026 – Foto: VW/divulgação

O Tera MPI traz o conhecido motor 1.0 EA-211 naturalmente aspirado, com três cilindros, doze válvulas e duplo comando variável. Ainda assim, mesmo com concepção mais elaborada, não passa dos 77/84 cv com 9,6/10,3 mkgf (gas/eta), administrados por um câmbio manual de cinco marchas com melhor manuseio e trambulador mais justinho.  

Consumo e desempenho 

O Tera é mais econômico, porém o Pulse anda mais. Pelos dados do Inmetro, o SUV pequeno da VW consegue 9,1 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada com etanol (9,0 e 10,3 no Pulse, respectivamente), ou 13,2 km/l na cidade e 14,7 km/l na estrada com gasolina (12,6 e 14,5 do Fiat, na ordem).  

VW Tera MPI 2026 – Foto: VW/divulgação

O Volks ainda leva a vantagem pelo maior tanque de combustível, com 49 litros, ante os 45 do Pulse. Ou seja, oferece autonomia superior em viagens, por exemplo: até 720 km de estrada com gasolina, contra 652 do Pulse.  

No desempenho, porém, vitória do Fiat, que se beneficia do motor maior, ainda que seja 62 kg mais pesado (1.140 kg, contra 1.078 do Tera). Pelos dados oficiais, o Pulse demora 11,7 segundos para ir de 0 a 100 km/h e atinge bons 178 km/h de velocidade máxima (etanol nos dois casos). Esses números são bem próximos aos do Tera 1.0 turboflex, de 116 cv e câmbio automático, vale falar.  

Fiat Pulse Drive 1.3 manual 2026 – Foto: Fiat/divulgação

O VW, enquanto isso, demora pelo menos dois segundos a mais na aceleração de 0 a 100 km/h (cumprida em 13,8 segundos), e não vai além dos 162 km/h de máxima, considerando etanol nos dois casos. Pela pior relação peso X potência, fica para trás, inclusive, do hatch de entrada Polo Track.  

Espaço interno e porta-malas 

Levando em conta a distância entre-eixos, o Volks sai na frente com quase 2,57 m, ante os 2,53 m do Fiat. Porém, nessa conta também influenciam outros parâmetros, como disposição dos elementos internos, espaço para as pernas no banco traseiro, altura da cabine e afins. É sabido que, mesmo com o menor entre-eixos, o Pulse oferece uma folga maior, especialmente para quem viaja atrás.  

VW Tera MPI 2026 – Foto: VW/divulgação

Porta-malas é um ponto polêmico, especialmente no Pulse. Na realidade, a Fiat utiliza para ele uma medição em líquido, que garante presunçosos 370 litros de capacidade. Na teoria, supera os 350 litros do Tera, mas esse tem medição por blocos de isopor (VDA). Estimativas, porém, dizem que o Pulse comporta cerca de 320 ou 330 litros no método VDA, o que colocaria o Tera na liderança.  

Fiat Pulse Drive 1.3 manual 2026 – Foto: Fiat/divulgação

Equipamentos de série 

Páreo duro entre os dois SUVs pequenos, que são bem equipados. De série, ambos trazem direção elétrica, faróis em LED, rodas de aço com calotas, vidros elétricos nas quatro portas, travas elétricas, retrovisores com ajustes elétricos, volante multifuncional, bancos em tecido (do motorista com regulagem de altura), sistema de som com 4 alto-falantes, piloto automático, monitor de pressão dos pneus (TPMS), além de computador de bordo, principalmente.  

VW Tera MPI manual – Foto: VW/divulgação

O Pulse tem como diferenciais o ar-condicionado automático digital (manual no Tera), além das rodas de aço com calotas 16” (aro 15 no Tera), além dos encostos de cabeça dianteiros com ajustes de altura (fixos no VW).  

Fiat Pulse Drive 1.3 manual 2026 – Foto: Fiat/divulgação

Porém, o Volks vai além nos itens exclusivos: tem 6 airbags, frenagem autônoma de emergência, multimídia maior (10,1”, contra 8,4” do Pulse), painel de instrumentos totalmente digital de 8” (tela central de 3,5” no Fiat), coluna de direção ajustável em altura e profundidade (só altura no Pulse), detector de fadiga do motorista, capas dos retrovisores e maçanetas na cor do veículo e sensores de estacionamento traseiros.  

VW Tera MPI manual – Foto: VW/divulgação

É possível deixar o Pulse Drive 1.3 manual mais recheado, graças a um pacote opcional de R$ 3 mil, que adiciona rodas de liga-leve aro 16, sensores de ré e câmera traseira. Com isso, seu preço sobe para cerca de R$ 102 mil, abaixo dos R$ 104 mil do Tera MPI após a promoção de lançamento.  

Fiat Pulse Drive 1.3 manual 2026 – Foto: Fiat/divulgação

O Volks não dispõe de opcionais além da cor: são R$ 900 pelo branco, ou R$ 1.750 pelas demais metálicas. No Pulse, tons sólidos saem por R$ 990, metálicos por R$ 1.990 e especiais por R$ 1.490.  

E aí?  

O Pulse tem como principal arma mesmo seu motor 1.3, maior e mais potente, além do ar-condicionado digital automático de série e rodas de liga opcionais, itens que não estão presentes no Tera. O Volks, por sua vez, perde no desempenho, mas brinda o consumidor com menor consumo de combustível e itens de série extras, especialmente voltados a segurança.