01/06/2025 - 15:00
Com a chegada do SUV compacto Tera, uma das coisas que atraiu a atenção do público foi o preço de lançamento da versão de entrada MPI manual: R$ 99.990 para as primeiras 999 unidades, ou R$ 103.990 depois disso. Para muitos, um alerta: hoje, o Polo Track parte de R$ 95.970, e, se adicionada pintura metálica e multimídia VW Play opcional, já chega nos R$ 99.150. Apenas R$ 980 a menos que o Tera.
Mesmo considerando o preço normal de tabela do SUV compacto, falamos de menos de R$ 8 mil de diferença entre os dois carros nas suas respectivas configurações básicas, o que ainda pode acender a lâmpada da dúvida na cabeça do consumidor. Por isso, vamos fazer aqui um “bate-bola” rápido sobre os dois carros da VW.
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Motorização
Praticamente iguais. Polo Track e Tera MPI usam o consagrado 1.0 12v tricilíndrico de aspiração natural, entregando 77/84 cv de potência com 9,6/10,3 mkgf de torque (gasolina/etanol). A transmissão manual de cinco marchas é de série em ambos.

Desempenho
A diferença, claro, fica para o desempenho, já que o Tera é maior e mais pesado, por isso demora um pouco a mais nas acelerações: 13,8 segundos com etanol ou 14,3 segundos com gasolina, enquanto o Track demora 13,4s e 13,8s, na ordem. A velocidade máxima é de até 162 km/h no SUV, contra 169 km/h do hatch.
Consumo
Além da performance, a carroceria maior e mais pesada do Tera interfere no consumo de combustível: segundo o Inmetro, o novo modelo faz 9,1 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada com etanol, ou 13,2 km/l na cidade e 14,7 km/l na estrada com gasolina. Esses números são, em média, 0,5 km/l inferiores aos do Polo Track, que consegue 9,4 km/l no ciclo urbano e 10,8 km/l no rodoviário com etanol, ou 13,7 km/l na cidade e 15,2 km/l na estrada com gasolina. Os dois comportam 49 litros no tanque.

Itens de série
Nesse ponto, a grande vantagem vai para o Tera MPI manual, que é bem mais recheado que o Polo Track. De série, conta com piloto automático, painel de instrumentos digital de 8”, sensores de estacionamento traseiros, além de faróis e lanternas em LED, 6 airbags, alerta de colisão frontal, frenagem autônoma de emergência, detector de fadiga do condutor, ou monitor de pressão dos pneus, itens indisponíveis no hatch. A multimídia de 10,1″ é de série no SUV, mas opcional por cerca de R$ 1,7 mil no hatch.

Além disso, esteticamente, o SUV é mais “ajeitado”, com maçanetas e capas dos retrovisores na cor da carroceria, ou luzes diurnas em LED. O Polo Track, vale falar, tem aparência mais despojada e simples, justamente para parecer um produto de entrada mais robusto. No caso do Tera, a estética já se assemelha a dos Polo mais completos.
Espaço interno e porta-malas
Ambos compartilham a mesma plataforma modular MQB A0, e por isso se assemelham nas dimensões gerais, incluindo distância entre-eixos: Track e Tera medem 2,56 m entre o eixo dianteiro e traseiro. Por isso, acabam quase se equivalendo no espaço interno, especialmente traseiro.

O grande “porém” está na capacidade do porta-malas. No SUV compacto, falamos de 350 litros pelo método de medição VDA (feita com bloquinhos), contra 300 do Polo, no mesmo formato de medição. Ou seja, o Tera consegue acomodar melhor as bagagens de uma família nas viagens, por exemplo.
Polo Track ou Tera MPI?
A diferença de preço, especialmente na fase de promoção do Tera, é bem pequena. O SUV, vale falar, deve ter suas vendas iniciadas no próximo 5 de junho, enquanto o Polo Track já está no mercado há, pelo menos, dois anos.

A diferença é o público consumidor: hoje, a maioria dos compradores do Track são CNPJ, especialmente frotistas (empresas e locadoras), ou pequenos empresários que pretendem usar o hatch como ferramenta de trabalho. Só para que se tenha uma ideia, de acordo com números da Fenabrave, quase 70% dos Polo vendidos em 2024 foram na modalidade de venda direta.

Enquanto isso, o Tera pretende ser um queridinho do varejo, atraindo mesmo o público consumidor comum, que adquire o carro nas concessionárias, para uso pessoal. Ao menos, é o que costuma acontecer com outros SUVs pequenos do segmento, como Fiat Pulse, Citroën Basalt ou Renault Kardian, que tem participação mais tímida nas vendas diretas.