03/11/2025 - 9:00
Não foram os SUVs que fizeram da BMW uma marca cujo ethos é aguçar os sentidos do motorista. Tanto que a marca alemã só foi ter um (o X5) na prateleira em 1999, depois de 71 anos produzindo automóveis.
Mas a quarta geração do X3 – que em fevereiro chegou de Spartanburg, na Carolina do Sul (EUA), apenas na versão M50 xDrive, de R$ 624.950 – é o principal atestado da competência da BMW em fazer até um utilitário esportivo ser sedutor ao volante. Mesmo na configuração 30 xDrive M Sport, que abre mão do motor de seis cilindros em linha, uma das essências da marca.

Na opção de entrada, o modelo custa R$ 515.950 e traz um 2.0 turbo de quatro cilindros, acoplado a um câmbio automático (Steptronic) de oito velocidades.
Sua chegada às concessionárias coincide com o desembarque do novo Audi Q5, que parte de R$ 424.990.
Como no X3 M50 xDrive, há tecnologia híbrida-leve de 48 Volts, e aqui a conta final chega a 258 cv de potência e 40,8 kgfm de torque.
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Se a distância para os 398 cv e 59,1 kgfm de torque do M50 sDrive é grande, na estética as diferenças são sutis: rodas menos e redesenhadas e uma saída a menos no sistema de escapamento.
Como anda
O prazer de dirigir um BMW começa na hora de se ajeitar ao volante. O banco é largo sem deixar o motorista vulnerável; o volante é grande e tem as laterais milimetricamente retas, o que traz algum tempero ao manuseio; e o extensor de assento garante mais apoio às pernas.

O X3 ficou ainda mais espaçoso nessa geração, que cresceu em comprimento (de 4,41 metros para 4,75 m), largura (1,89 m para 1,92 m) e capacidade do porta-malas (550 para 570 litros). E ótima distância entre-eixos foi mantida em 2,86 m. As novas dimensões são empacotadas por um design que exibe a atual identidade visual da marca, mas sem as extravagâncias que marcam modelos como i7 e XM.
O trajeto para experimentar o X3 30 xDrive M Sport foi bem apropriado. Nas curvas da Régis Bittencourt – o trecho da BR 116 que liga São Paulo à região Sul –, a direção mostrou a precisão inata dos BMW, enquanto o entrosamento das suspensões com a tração integral garantiu a estabilidade de um carro de 1.894 kg.

Quanto o motor 2.0 TwinPower, não lhe falta fôlego seja para ultrapassar, retomar ou divertir – e tudo isso com média rodoviária de 11 km/l. Perde obviamente a textura e a sonoridade do 3.0 de seis cilindros, mas em termos práticos relega-o a um fetiche.
A viagem de aproximadamente 500 quilômetros entre Joinville (SC) e São Paulo também apresentou os luxos do X3, que se permite algum exibicionismo sobretudo na peça luminosa que abraça a maçaneta e a ventilação do ar-condicionado.

Pode parecer rebuscado demais, mas não confunde e até mesmo aborrece tanto quanto a bela e centralizadora tela de 14,9 polegadas, que nem a banal tarefa de memorizar uma estação de rádio topa fazer sem exigir do usuário paciência, habilidade e tempo.
Mas nem isso tira o brilho do novo X3.
